domingo, 25 de abril de 2010

Pérolas….

Já vos falei de que habitualmentalmente assisto ao ciclo mensal de conferências na FCT, “Matemática e….” .
Ontem, o tema foi “Matemática e Cultura”.
A escolha dos oradores incidiu sobre a obra de Almada Negreiros*.
Ora, uma das fórmulas chave que atravessou o seu percurso artístico multidisciplinar foi a da busca da unidade, que expressava como:
1 + 1 = 1
……tal como no amor, dizia Almada

E, aqui está o busílis – o meu.

Esta forma de ver/estar no AMOR sempre me deixou céptica.
- Porque busca a maioria de nós, como que o Shangri-La em:
Eu e Tu sermos Um
assim, coisa tipo, comida num tacho (mesmo que docinha….):
Misturo o meu Eu com o teu Eu.
Muito bem até não se distinguir grãozinho de um ou de outro
e resulta um,
EUTU…UTEU…ETUU !!!!
- Perco a minha identidade, diluo-me no outro?

Ontem, Almada Negreiros, recuperou-me a fórmula ao meu jeito, assim:
1 + 1 = 1
Decomponho em:
Eu + Tu = Eu
Resultado final:
EU
… sempre o meu Eu. Mas mais pleno, mais reforçado, maior…. tem adicionado o complemento do (teu) Tu.

Excelente, ora não?

(fórmula válida para o teu Eu)

Outras pérolas….
Esta talvez, uma pérola entre o rosa pálido, o azulinho bebé e o amarelinho gema de ovo
“Não leio, nem antes de me deitar, muito menos na cama.
Sabes…. excita-me muito e depois não consigo dormir!”
(ipsis verbis)
…. dizia uma senhora para a amiga, numa das mesa do café da Fnac - Chiado…. eu bebia um sumo de laranja e desfolhava o jornal.

(ando a ficar uma mulher com cada vez menos certezas...)

*abstraindo da personalidade aquém a artística

sábado, 17 de abril de 2010

Estala a bomba e o foguete vai no ar... Arrebenta fica todo queimado

Clarão de explosão! Fogo de artifício a saltar-me dos poros.
É como estou com os "convencidos".
Cercaram-me por todos os lados, esta semana.

Os Convencidos da Vida
Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer.
Vençam lá, à vontade.
Sobretudo, vençam sem me chatear.
.........
Voltaram, pois, e em força.
Convencidos da vida há-os, afinal, por toda a parte, em todos (e por todos) os meios.
Eles estão convictos da sua excelência, da excelência das suas obras e manobras (as obras justificam as manobras), de que podem ser, se ainda não são, os melhores, os mais em vista.
Praticam, uns com os outros, nada de genuinamente indecente: apenas um espelhismo lisonjeador. Além de espectadores, o convencido precisa de irmãos-em-convencimento.
Isolado, através de quem poderia continuar a convencer-se, a propagar-se?
.....
No corre-que-corre, o convencido da vida não é um vaidoso à toa. Ele é o vaidoso que quer extrair da sua vaidade, que nunca é gratuita, todo o rendimento possível.
É tão capaz de aceitar uma condecoração como de rejeitá-la. Depende do que, na circunstância, ele julgar que lhe será mais útil.
Para quem o sabe observar, para quem tem a pachorra de lhe seguir a trajectória, o convencido da vida farta-se de cometer «gaffes».
Não importa: o caminho é em frente e para cima.
A pior das «gaffes», além daquelas, apenas formais, que decorrem da sua ignorância de certos sinais ou etiquetas de casta, de classe, e que o inculcam como um arrivista, um «parvenu», a pior das «gaffes» é o convencido da vida julgar-se mais hábil manobrador do que qualquer outro.
Daí que não seja tão raro como isso ver um convencido da vida fazer plof e descer, liquidado, para as profundas.
Se tiver raça, pôr-se-á, imediatamente, a «refaire surface».
Cá chegado, ei-lo a retomar, metamorfoseado ou não, o seu propósito de se convencer da vida - da sua, claro - para de novo ser, com toda a plenitude, o convencido da vida que, afinal... sempre foi.
(Alexandre O'Neill, in "Uma Coisa em Forma de Assim")

Aos "convencidos", às "mentes brilhantes", aos "santificados", aos"que jamais vergam":
Hoje, não... é sábado.
Amanhã, sem lhes tocar, vou soprar-lhes forte.... over my shoulder.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Antes que chegue domingo.....

Enroscada eu, naquela posição fetal, poisar a minha cabeça no teu colo...
... os teus dedos fazerem remoinhos nos meus cabelos...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

... no caminho de casa, um tapete de funcho....

Amêndoas diversas e ovinhos de chocolate.
Folar e pão de ló.
Cabrito assado.
Morte e Ressurreição.

A cada um, desejo o regalo do que vos aprouver.
Encantem-se.
Páscoa Feliz!

Eu, detrás da minha janela, oiço a melodia de sonhos interrogados...
O meu olhar a subir… a subir, para uma nesga de céu!