quinta-feira, 30 de julho de 2009

Em passo de caracol....

Por uns dias...

"Aquela banalidade de vida é que era a realidade da vida dela; aquela impossibilidade de fazer mais que sonhar é que era a certeza dele. O que ela manifestara para com ele fora apenas um sonho em voz alta, e o que ele manifestara para ela uma possibilidade em voz baixa. As vozes harmonizaram-se pela própria desarmonia"
Bernardo Soares

Vou aparecendo…

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Chover no molhado

Estou mais para reagir do que para agir… preguiça

Estou virada para visitas e comentários aqui, tal como quando vamos à santa terrinha e visitamos os tios, os primos, os amigos, trocamos blá, blá,bá, quantas vezes de treta, com os vizinhos.

Estou virada para dar respostas e justificações a tudo (e não estou sempre?) a não deixar nada cair em saco roto (vestígios inalienáveis de quando era perfeita) de dar o braço a torcer mas com umas “voltas”... ou sem "voltas".

Estou teimosa…sou teimosa.

Estou qual vidente com bola de cristal, certa de que a minha intuição nunca falha (o safado do superego é que me trai).

Estou numa de escrever frases sem a propósito mas que me soam bem.

Estou a ir por terrenos pantanosos e areias movediças… quero calma, quero agitação, quero o hotel de 5 estrelinhas, quero a tasca, quero o brilho, quero o escuro, quero o riso, quero chorar no cinema sem limpar as lágrimas com o lencinho de papel

Estou sem como nem porquês…a gostar cada vez mais da cor lilás, a ser feliz com o meu guru, enlevada por um menino d’oiro, a sentir-me pertinho de quem me separa tanto mar, a pôr na palma da mão um escorpião, a sentir friozinho na barriga com uma pronuncia do norte (perdições…), a sorrir com um nome, a escolher um determinado travesseiro, a ficar de olho arregalado com quem faz arroz doce, mousse de chocolate e fantasia, a ser cúmplice com um cusco, a espreitar o vizinho do Miratejo, a ler frontalidade, a interessar-me por um pêndulo, a descobrir que há Marias que afinal são Vitórias, a ver passar ao largo um pesadelo, a pôr-me à prova mesmo que em pequenas doses…

Que lengalenga!!!!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Conversa com os meus botões.......

“Não há almoço grátis” - é a frase célebre de Milton Friedman, o famoso economista americano e prémio Nobel .
E de há uns dias para cá anda na minha mente....

… o vizinho do 4º esq cumprimenta-me efusivamente… o cão ladrou a noite inteira.
… a dona da loja de lingerie elogia o meu vestido… chegou a nova colecção de fatos de banho.
… o chefe gaba-me a assertividade na reunião de apresentação do programa informático….. há quatro alterações para fazer em meio-dia
… a colega do serviço de pessoal que vi uma única vez num curso de formação, telefona…. começou como revendedora de produtos “Oriflame”
… esperam com um sorriso que eu faça marcha atrás marcha à frente não menos que quatro vezes… é o único lugar livre no parque de estacionamento

Chego a casa…

Tenho o estômago desenfreado e nada de verdadeiramente comestível (só pão, queijo e uma fruta com um ar triste)
Mas porque raio não há à minha espera um jantar grátis???... é que almoços acho mesmo que não há...

domingo, 5 de julho de 2009

Porque hoje é domingo…

Eis-me com a tal "nostalgia fininha" de domingo, só minha e que só eu entendo.....

A boa disposição foi ontem de férias (exaurida…).
Ficaram aqui à minha volta, uns pedaços de passado….muitos pensamentos … algumas imagens toscas de dias felizes… desordem…. esboços… caminhos frustrados….. o que não volta…. o que nunca veio.
E esta minha mente como vento em rodopio…
E aquele poema do Mário Cesariny, aprendido com alguém, e que é a melhor definição de amor que alguma vez li…
Dou comigo a pensar que foi escrito para mim… está-me colado na pele e na alma como um karma

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco